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A Casa Ninja recebeu um bate-papo protagonizado por mulheres políticas e negras. À parlamentar brasileira, Renata Sousa, juntaram-se Beatriz Dias e Joacine Katar Moreira, candidatas ao parlamento português, num momento de conexão e convergência de temas que dizem respeito a ambos os países: racismo, desigualdade e representatividade negra no espaço político. Joana Gorjão, jornalista portuguesa e autora do livro  «Racismo no País dos Brancos Costumes», mediou o debate.

“Nós não podemos acreditar na ficção de que estamos a viver um momento único, que este é um levantamento singular e que nós representamos uma história única. Nós somos herdeiras de uma história antiga, de um lastro antigo que nos formou. Nós também somos herdeiras e representantes de todas as mulheres negras que não tiveram a capacidade, porque não lhes foi permitido, de estar no espaço que nós ocupamos hoje.”

BEATRIZ DIAS

“Oficialmente, ouve-se que há uma enorme alienação da comunidade negra em Portugal no que diz respeito à participação política. Se nós olhamos para os negros e para as negras como imigrantes a vida inteira, os negros e as negras comportam-se a vida inteira como imigrantes, independentemente de terem acesso à nacionalidade ou não, independentemente de existir a hipótese de elegerem e de serem eleitos.”

JOACINE KATAR

“Eu tenho utilizado o conceito de ‘feminicídio político’ para dizer o que aconteceu com Marielle Franco, porque temos no Direito que “aquilo que não se nomeia, não existe» e nós precisamos nomear aquilo que aconteceu com Marielle Franco, porque outras mulheres que estavam também à frente na linha política, não só a institucional, elas estão sendo assassinadas porque estão fazendo política.”

RENATA SOUZA