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A Casa NINJA Lisboa promoveu uma conexão Brasil – Portugal – Angola, com a presença do rapper e ativista angolano Luaty Beirão e seu conterrâneo, o escritor José Eduardo Agualusa, para falar sobre o Estado da Utopia e a atual situação política e social em Angola, sem esquecer de abordar o atual cenário político de outros países de língua portuguesa. Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, fez a mediação do debate e indicou o ponto de partida da conversa: a história política de Angola, a atual situação vivida no país e os modos de resistência encontrados pelos angolanos.

Eu já não estou tão à vontade para dizer: «É uma ditadura, ponto final». As manifestações são, se calhar, uma das únicas coisas em que se sente uma transformação, uma volta de 180º, quase. Porque a repressão policial baixou de tal ordem, que nós só ouvimos falar daquelas detenções arbitrárias, que são levadas ao tribunal, julgadas e condenadas (que mostra ainda uma justiça mais que duvidosa). Hoje em dia acontecem manifestações todas as semanas, há manifestações, há piquetes, há greves.

LUATY BEIRÃO

 

Em Angola temos isso – um partido que se confunde com o Estado – que não consegue destrinçar onde começa o partido e acaba o Estado. Até a bandeira do partido é parecida com a do Estado. Então, há imensos desafios para cumprir e realmente só o discurso anti-corrupção não vale e também estou de acordo que mesmo esse não está a ser cumprido.

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA